2 – vampiro
Abri a porta de casa e enquanto entrava procurei um minúsculo lampião no bolso do meu vestido azul-água. Como tecnicamente ninguém morava na casa, a luz foi cortada. Acendi o lampiãozinho com certa dificuldade naquele breu. Apontei-o para o grande corredor e fui até a cozinha. A luz acinzentada bateu num saco de plástico em cima da mesa. Eu sabia o que tinha lá. Pão francês e um pouco de presunto. Fiz cinco sanduíches com cinco pães e cinco fatias de presunto. Não demorei muito tempo. Eu tremia de frio de minutos em minutos. Coloquei os sanduíches no saco do pão e andei despreocupada até o celeiro. A porta estava levemente encostada quando entrei. Havia uma luz estranha perto dum monte de palha. O celeiro cheirava a produto de limpeza. Não era ruim. Jared olhava para a porta fazendo uma cara feia que se transformou em um belo sorriso no instante em que entrei.
– Achei que você tinha fugido.
Eu franzi a testa.
– Eu deveria? – perguntei, parada em pé a alguns passos dele.
– Sim. – ele sussurrou, tão baixo que eu nem tive certeza se foi ele que falou ou se foi um silvo do vento. – Sente-se ali – ele apontou para um monte de feno e palha que estava no canto do celeiro, perto da parede.
Obedecendo, fui me sentar. Exatamente naquele canto, havia um foco de luz muito estranho. Olhei para o teto. Havia um buraco, uma telha faltando. Ela devia ter quebrado e caído. Franzi a testa pro buraco.
– Eu arranquei. – Jared falou. Olhei para ele confusa.
– O quê?
– A telha, eu arranquei. Eu vou falar e preciso que você me veja. – tentei me lembrar de ouvir algum barulho vindo do celeiro. Com certeza arrancar uma telha faria algum barulho.
– Como...? Como você fez... – ele me interrompeu.
– Shh! Coma mais e fale menos. Ah! Tome – ele tirou o sobretudo do corpo e o jogou em minha direção. Ele caiu no chão ao meu lado. Peguei-o com uma das mãos e passei a mão nele. O tecido era grosso, mas não muito macio. Em vez de vesti-lo, o coloquei sobre as minhas costas. Um frio percorreu a minha espinha e eu tremi. O sobretudo estava frio. Tão gelado quanto a mão de Jared estava quando me tocou na praça.
– Desculpe – sua voz soou doce e fraterna.
Eu peguei um sanduíche no saco e comecei a degustá-lo.
– Eu sou um vampiro.
Não me contive e soltei uma risada sarcástica. Num segundo ele estava a um metro de distancia de mim, e no outro, seus olhos vermelhos brilhavam furiosamente a centímetros do meu nariz.
– Uma pessoa normal teria olhos vermelhos assim? – sua voz doce virou irritada, quase furiosa. Seu hálito gélido bateu em meu rosto. – Uma pessoa normal teria essa força? – ele puxou facilmente e sem barulho outra telha, estendeu ela pra mim; fechou a mão e fez uma leve pressão, depois tornou a estender a mão pra mim. No lugar da telha marrom, havia um monte de pó marrom. Eu fiquei parada. Como ele conseguia fazer aquilo? Ele simplesmente havia triturado a telha em 30 segundos! – Uma pessoa normal conseguiria correr tão rápido? – ele estava ao meu lado, e então um borrão percorreu o celeiro, e de repente ele estava do lado oposto ao que estava antes. Ele sumiu, dando o lugar ao borrão correndo de novo, e quando olhei, ele estava perto de mim. Certo, se ele queria me assustar ele havia conseguido.
2 comentários:
Me manda seu e -mail pra mim fazer as montagens que vc pediu?
bjs
Oi Lu, é o mesmo do ALL ABOUT TWILIGHT meu email é thetwilightsagacm@gmail.com
Brigada, Beijos!
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