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3 – Explicações
– Você acredita em mim agora? – ele perguntou, com sua voz doce voltando.
Assenti com a cabeça.
– E o mais importante, eu me alimento de sangue humano.
Eu tremi dessa vez não de frio, mas de medo.
– Pare! Você está m...me assustando! – implorei. O borrão que era ele correu até mim. Jared parou ajoelhado ao meu lado. Ele pegou minha mão com as duas mãos. Estavam geladas, tanto quanto estava o sobretudo quando eu o vesti. Jared olhou fundo em meus olhos amedrontados, e sorriu envergonhado.
– Perdoe-me. Eu não quero assustá-la, só quero que você escute e entenda querida. – ele acariciou as costas da minha mão. – Eu sei, é monstruoso, mas confie em mim, é tudo verdade. Por favor, eu lhe imploro, confie em mim. – ele era lindo. Podia ser vampiro, ser um monstro, mas era lindo. E a forma com que ele falava; tão doce... Não sei por que, mais a partir daquele momento, eu passei a acreditar no que ele dizia.
Ele se levantou e começou a andar de um lado pro outro enquanto falava.
– Eu sou frio, forte, corro rápido e deixo as pessoas, as minhas vitimas, deslumbradas. Nós, os vampiros, também temos os sentidos aguçados. Eu vejo mínimos detalhes a metros de distância. Por exemplo – ele correu até a porta do celeiro – eu consigo ver uma formiga andando a dois centímetros do seu saco de pão. Olhe. – eu olhei, e lá estava, uma formiga muito pequena. Empurrei-a para longe com a mão. Olhei pra ele, que sorriu – Eu ouço muito bem. Eu consigo ouvir o seu coração batendo e consigo ouvir um leve farfalhar do seu sangue circulando na veia da sua garganta. – Ele abriu um grande sorriso. Seus dentes brilharam. Minha mão voou instantaneamente para o meu pescoço. – Eu tenho olfato aguçado. Eu consigo sentir o cheiro do seu sangue, quente, doce, apetitoso... – Seus olhos saíram de foco por um instante. Apertei mais a mão no pescoço e fechei os olhos. – Calma. Está tudo bem, sem medo. – ele me tranquilizou. – Eu consigo identificar o gosto de alguma coisa apenas com uma lambida. E eu posso saber de que material uma coisa é feita, com um simples toque.
“Eu não saio ao sol. Na verdade, eu até poderia se quisesse, mas ficar no sol, nos deixa cansados, como um humano que passa o dia fazendo exercícios.
Nós vampiros somos imortais. Nós vivemos para sempre amenos que outro vampiro nos desmembre e queime nossas partes. Nossa aparência nunca muda. Meu cabelo não cresce, eu não engordo, até porque eu não como comida humana. Eu não sinto fome, apenas sede de sangue. Eu não transpiro e não preciso ir ao banheiro. Meu coração não bate. Se eu for transformado em vampiro com 15 anos, eu vou ter a aparência de quinze anos pra sempre.” – eu engoli outro pedaço de mais um sanduíche, ainda calada sem dizer nada. “Você sabe quantos anos eu tenho?”
– Não. – respondi sinceramente, terminando de comer outro sanduíche. – Uns 25? – era isso que eu achava pelo menos.
– Eu aparento ter 25 anos, pois fui transformado em vampiro quando tinha 25 anos, em 1777. Eu tenho 120 anos.
Fiquei boquiaberta. Podia até ser, mas que não parecia, era verdade. Ele tinha mesmo a aparência de 25 anos.
– Não se surpreenda. Eu não durmo. Jamais. Por mais que tente, eu só vou conseguir deitar e ficar pensando. Está entendendo?
Ele fez uma longa pausa enquanto me olhava.
– Sim, mas uma coisa eu não entendo. Se você vai me matar – porque certamente ele iria – porque você está me contando tudo isso?
– Oh não, não! Você está muito errada! Eu não vou matar você, eu vou transformá-la. Vou transformar você numa vampira.
Antes que eu perguntasse o que ele queria dizer com aquilo, Jared voltou a falar.
– Um vampiro transforma um humano quando ele morde esse humano e consegue se controlar e não chupa o sangue dele. Aí, em três dias, a transformação está completa e o humano vira um vampiro. Mas só quem tem alto controle suficiente consegue se controlar e não matar a pessoa. Se ele apenas morder e parar de chupar o sangue a pessoa se transforma, pois o vampiro já colocou nela o veneno que nós temos em nossas presas. Não são muito grandes, mas são extremamente afiadas e venenosas – ele me mostrou os dentes. – Bem, acho que é só. Acho que te expliquei tudo.
Ele veio e sentou-se ao meu lado.
– Você não come nada mesmo? – perguntei curiosa.
– Não. Não tem gosto, embrulha o estômago e depois eu tenho que vomitar. É horrível.
Os sanduíches haviam acabado e eu estava com muito sono.
– Que horas são? – perguntei bocejando.
– Duas e quinze da manhã. – ele disse olhando num pequeno relógio de pulso.
Deitei minha cabeça no feno e bocejei de novo.
– Pronta? – ele me olhou atencioso.
– Eu estou com tanto sono... Você não pode deixar pra amanhã?
– Pra que esperar? – ele deu um meio sorriso e se agachou ao meu lado.
– O quê...? – ia perguntar por que ele tinha tanta pressa, mas de novo, ele me interrompeu.
– Vou tentar não te matar. – ele sussurrou em meu ouvido e abaixou-se perto do meu pescoço.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
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2 comentários:
Comentário sincero, acho que ele explicou tudo muuuito rápido, sei la cara meio louco. E esse negocio de veneno, nunca gostei em crepúsculo eu prefiro a coisa de chupar sangue e depois o outro vampiro se doar e tudo o mais, é bem mais legal. Mas que eu to adorando eu to.
bjs, vou ler o 4.
Oi Lu, eu também acho, acho que ele explicou tudo meio rápido e também acho que ele é louco. Principalmente agora que estou escrevendo tb a história do ponto de vista dele que vai ser útil em um capítulo!
Acho legal também, mas decidi usar essa forma mesmo!
Brigada!
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